A Xiaomi apresentou o seu primeiro automóvel elétrico, o SU7, revelando os seus cinco componentes principais – E-Motor, Bateria, Xiaomi Die-Casting, Xiaomi Pilot Autonomous Driving e Smart Cabin.
A Xiaomi deixou de ser formalmente uma “mera” empresa de tecnologia e dispositivos eletrónicos para passar também a ser um construtor automóvel.
O primeiro automóvel da Xiaomi é o Xiaomi SU7, o qual se posiciona como um “sedan ecológico de alto desempenho de tamanho normal”, segundo as palavras da empresa.
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O fundador, presidente e CEO da Xiaomi Corporation, Lei Jun, afirma que a entrada da Xiaomi na indústria automóvel marca um salto significativo em relação à indústria dos smartphones e um passo crucial para fechar o ciclo do ecossistema inteligente “Human x Car x Home”.
A Xiaomi reitera que a tendência dos veículos elétricos inteligentes é a integração da indústria automóvel com a eletrónica de consumo e os ecossistemas inteligentes.
Nesse sentido, a integração de tecnologias de full-stack é um passo necessário para a evolução da indústria, sublinha a Xiaomi. Lei Jun acredita que, ao integrar o fabrico industrial, o software inteligente e a Inteligência Artificial (IA), a Xiaomi EV irá redefinir a indústria automóvel, marcando um salto significativo no seu panorama tecnológico.
Segundo a marca, este primeiro modelo automóvel tem um algoritmo de controlo Xiaomi Smart Chassis, totalmente desenvolvido por si, possuindo duas funções, Multidimensional Sensing e Global Synchronized Control, que permitem o controlo dinâmico adaptativo do chassis.
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O Xiaomi SU7 integra aplicações, hardware e ecossistemas CarIoT (Car Internet of Things) de terceiros para proporcionar uma experiência de espaço móvel inteligente. O ecossistema Xiaomi CarIoT é aberto a terceiros, apresentando interfaces padronizadas, padrões de protocolo de comunicação extensos e soluções leves de adaptação para dispositivos existentes.
Dos cinco componentes desenvolvidos pela Xiaomi (E-Motor, Bateria, Xiaomi Die-Casting, Xiaomi Pilot Autonomous Driving e Smart Cabin), a empresa desvendou alguns aspetos sobre alguns.
E-Motor
Na conferência de lançamento, a Xiaomi apresentou os seus motores elétricos desenvolvidos e fabricados de forma independente, recebendo uma designação estranha: HyperEngine V6/V6s e HyperEngine V8s. A tecnológica explica o motivo: “Os motores rivalizam com o desempenho dos grandes grupos motopropulsores V8 e V6 tradicionais da era dos motores de combustão interna, elevando os limites de desempenho da indústria a novos patamares”.
O E-Motor (motor elétrico) foi desenvolvido pela própria empresa – HyperEngine -, tendo uma tecnologia de bateria integrada CTB (Cell-To-Body) e outras inovações tecnológicas, como a estrutura da carroçaria fabricada a partir do cluster de fundição sob pressão Xiaomi Die-Casting T9100.
Os três motores elétricos empregam tecnologias como arrefecimento total do óleo bidirecional, design do circuito de óleo em forma de S e design das laminações de aço silício escalonadas.
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O HyperEngine V8 chega às 27.200 rpm, debita uma potência de 425 kW (570 cv) e garante um binário máximo de 635 Nm. “Para permitir o padrão de 27.200 rpm, o HyperEngine V8s emprega a primeira placa de aço silício de ultra-alta resistência da indústria, com uma resistência à tração de 960MPa, ostentando uma resistência que ultrapassa em mais de duas vezes as ofertas da indústria convencional”, assegura o fabricante.
Para o design de arrefecimento, o HyperEngine V8s adota uma tecnologia de arrefecimento total do óleo bidirecional e um design de circuito de óleo em forma de S. Para o estator, é utilizado um circuito de óleo de ciclo duplo, aumentando a área de dissipação de calor em 100% e obtendo um efeito de arrefecimento de até 20°C. Entretanto, a secção do rotor utiliza um circuito de óleo patenteado em forma de S, aumentando a área de dissipação de calor em 50% e conseguindo um efeito de arrefecimento de até 30°C. Além disso, as laminações de aço silício do estator apresentam um design escalonado, tipo degrau, aumentando ainda mais a área efetiva de dissipação de calor em mais 7%.
Bateria
A Xiaomi também desenvolveu a Tecnologia de Bateria Integrada CTB, através da Tecnologia de Célula Invertida, camada intermédia elástica multifuncional e um sistema de cablagem minimalista. Apresenta uma capacidade máxima da bateria de até 150 kWh e uma autonomia teórica de recarga no CLTC (ciclo de medição chinês – (China Light Duty Vehicle Test Cycle) superior a 1.200 km, o que deverá dar no europeu WLTP algo como 980 km.
Em termos de dissipação de calor, uma solução de arrefecimento a água de lado duplo implementa placas de dissipação de calor em ambos os lados longos das células da bateria, alcançando uma área de arrefecimento de 7,8m2 que é, segundo a Xiaomi, quatro vezes a média da indústria. Os lados das células da bateria apresentam 165 peças de material de isolamento de aerogel, capazes de resistir a temperaturas até 1000°C.
O Xiaomi EV está equipado com um Sistema de Gestão de Baterias (BMS) desenvolvido pela própria empresa com ASIL-D. Este BMS inclui três monitores e alarmes de fuga térmica independentes, juntamente com um sistema de alerta precoce 24 horas por dia. Xiaomi Die-Casting
A Xiaomi revelou o seu cluster Xiaomi Die-Casting T9100, e o seu material de liga de fundição sob pressão patenteado, o Xiaomi Titans Metal.
A Xiaomi Die-Casting T9100 cobre uma área de 840m2, com um peso total de 1050t e uma força de fecho que atinge 9100t.
A Xiaomi desenvolveu um sistema de avaliação da qualidade do modelo de fundação que pode concluir as inspeções de peças individuais em dois segundos, oferecendo uma eficiência dez vezes superior à inspeção manual. A parte inferior da carroçaria traseira integra 72 componentes num só, reduzindo as juntas soldadas em 840, diminuindo o peso total do automóvel em 17% e reduzindo significativamente as horas de produção em 45%.
Na investigação e desenvolvimento de materiais, a Xiaomi desenvolveu o Xiaomi Titans Metal, um material de fundição injetado tratado termicamente, de alta resistência e alta resiliência. Xiaomi Pilot Autonomous Driving
No domínio da tecnologia de software inteligente, a Xiaomi destaca o modo como fez a integração das indústrias automóvel e de eletrónica de consumo, com ecossistemas inteligentes. Em termos de condução autónoma, a Xiaomi foi pioneira em três tecnologias-chave: Adaptive BEV Technology (tecnologia BEV adaptativa), Road-Mapping Foundational Model (Modelo Fundacional de Mapeamento de Estradas) e Super-Res Occupancy Network Technology (tecnologia de rede de ocupação Super-Res).
A tecnologia BEV adaptativa invoca diferentes algoritmos de perceção com base no cenário. A grelha de perceção tem uma granularidade mínima de 5cm e máxima de 20cm, com um alcance de reconhecimento que se estende de 5cm a 250m. Esta tecnologia garante uma maior visibilidade em cenários urbanos, uma visão alargada em cenários de alta velocidade e uma maior precisão em cenários de estacionamento. Smart Cabin
A Xiaomi EV Smart Cabin adota uma arquitetura de interação, centrada no ser humano, e apresenta uma consola central 3K de 16,1 polegadas, um ecrã HUD de 56 polegadas, um painel de instrumentos rotativo de 7,1 polegadas e dois suportes de extensão do encosto do banco que permitem a montagem de dois dispositivos tablet. Está equipado com o chip Snapdragon 8295 para automóvel, com um poder de computação de IA de até 30 TOPS, permitindo uma experiência interativa com a ligação de cinco ecrãs diferentes.
A experiência interativa da Xiaomi Smart Cabin é semelhante à dos tablets, garante a empresa. O sistema funciona de forma suave, com o sistema operativo do veículo a arrancar num rápido 1,49 segundos depois de a porta ser destrancada. “Além disso, oferece uma ligação perfeita entre dispositivos, smartphones e o veículo elétrico. Por exemplo, quando o telefone é trazido para o habitáculo, a consola apresenta automaticamente um ícone, permitindo um acesso fácil à interface do telefone com um simples toque”, clarifica a Xiaomi.
O sistema operativo para automóvel integra as principais aplicações, incluindo todo o ecossistema de aplicações para tablet Xiaomi, com adaptação gradual a mais de 5.000 aplicações. Fonte: Weletric.
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